domingo, 6 de janeiro de 2013

Qualquer semelhança

Descobrir que a história da banda Calypso vai virar filme não deveria tirar o sono de ninguém, a não ser dos fãs da dupla paraense. E olhe lá. Afinal, essa não chega a ser nem a maior notícia de todos os tempos dos últimos quinze minutos. Mas saber que a Joelma será interpretada pela Deborah Secco e o Chimbinha (se segura na cadeira) seria vivido pelo Bruno Gagliasso já é motivo suficiente para um mês de insônia. No mínimo.

Tanto tempo acordado me fez imaginar como seria (ou, sendo otimista, como será) o épico a contar minha vida nas telonas. George Lucas na produção? Spielberg na direção? J. J. Abrams no roteiro? Sei não. Capaz de o carioca nascido na Lapa e criado na Vila da Penha ser abduzido por ETs em bikes voadoras, subir na Enterprise deles, viajar até uma lua muito, muito distante e ainda ter de encarar o Império ao lado dos ewoks. Meda.

Talvez um Fernando Meirelles ou um José Padilha me dessem uma existência menos extraterrestre, mais suburbana, próxima do espectador, especialmente do cinéfilo da classecê: eu nascendo na Cidade de Deus, fazendo churrasco na laje, escapando das armadilhas do tráfico, entrando no Bope, me tornando um caveira. Hum. Pensando bem, não. Na primeira aula sobre estratégia (em inglês strategy, em francês stratégie, em espanhol estrategia...) e os efeitos colaterais de uma granada não desarmada, eu pediria pra sair. Fácil.

Bom, diretores à parte – e, lembremos, num mundo em que o Chimbinha é o Bruno Gagliasso –, só dois atores neste país teriam o physique du rôle para me interpretar: Reinaldo Gianecchini e Thiago Lacerda. Cara de galã e corpo de atleta que certamente trariam a verossimilhança de que toda cinebiografia precisa. Que fariam (alguma) justiça aos meus contornos apolíneos. Que...

Tempo. Para tudo. Bem que minha mãe avisou: uma dose diária de Rivotril seria quase nada para alguém como eu, tão suscetível ao cinematográfico noticiário dos famosos, ao inebriante circo das celebridades. Aliás, por falar na minha genitora, não é que ela tem os olhos da Lília Cabral?

Pena que só os olhos. O resto é da Bruna Lombardi.

5 comentários:

  1. Algumas coisas são difíceis até de comentar. Sinceramente, eu não consigo formular uma opinião para isso, é de mais para mim, para o meu mundo.
    Adorei seu crítico texto, parabéns!
    Ah, e a minha mãe tem muito da Regina Duarte, inclusive o nome.

    Abraço e sucesso!

    ResponderExcluir
  2. Com a diferença de que o Chimbinha tem mais talento

    ResponderExcluir
  3. Não há nada que eu deteste mais no cenário musical do que esta Joelma , mas pensando que fizeram filme de zezé de Camargo e Luciano e da Bruna Surfistinha e que foram surpreendentemente bons , não se duvida de nada rsrsrs

    ResponderExcluir
  4. Também fiquei em choque quando soube que o Gagliasso fará o Chimbinha. Parece piada.

    Obrigado pela visita e pelo comentário no meu blog.

    Parabéns pelo seu!

    Abçs!
    Danilo
    http://blogpontotres.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Caramba, sabia que a Débora Secco faria a Joelma e fiquei em CHOQUE, Bruno Gagliasso vai fazer o que no filme? Chimbinha é uma múmia rsrs e a joelma canta que nem uma cabra (com todo respeito) rsrs

    ResponderExcluir